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Novo golpe utilizando Pix pede pagamento inicial para missões e tenta disfarçar esquema de pirâmide financeira

Set 13, 2023 | Comentários

Entenda novo golpe que está circulando nas redes sociais e pede pequeno valor de entrada para receber retorno rápido.

Um novo golpe está circulando nas redes sociais e aplicativos de mensagens no qual criminosos contatam brasileiros oferecendo pagamentos por pequenas “missões” após um investimento relativamente baixo do cidadão.

Funciona da seguinte forma: os golpistas abordam as vítimas principalmente pelo WhatsApp, Telegram, Facebook e Instagram, oferecendo um “trabalho” remunerado por missões, mas com um valor de entrada inicial. Ou seja, a vítima paga um valor para começar receber pequenas missões, que consistem em ações de marketing digital, como avaliar estabelecimentos no Google, seguir pessoas nas redes sociais, divulgar as missões e mais.

Com uma proposta de investimento baixo e retorno rápido, os golpistas atraem facilmente muitos brasileiros que pagam essa taxa inicial e nunca mais tem retorno dos criminosos.

Em alguns casos, após a conclusão das primeiras tarefas, os “empregadores” até efetuam o pagamento da “missão”, mas para receber novas tarefas com valores maiores, a vítima deve “evoluir suas missões”, fazendo investimentos ainda maiores para receber a nova tarefa. E é nesse segundo momento em que eles somem com o dinheiro.

A proposta esconde mais um esquema de pirâmide financeira, além de aplicar um golpe nas vítimas que investem via Pix para receber as missões e não recebem nem as tarefas e nem os valores.

O alerta sobre o novo golpe é da empresa de proteção financeira digital Silverguard, que tem recebido relatos no canal de denúncias SOS Golpe. 

A empresa conta que para convencer as vítimas, os golpistas convidam o cidadão a entrar num grupo do Telegram onde estão milhares de pessoas, passando credibilidade para o golpe por meio do senso de comunidade.

“A vítima entra num ciclo vicioso em que precisa fazer o próximo investimento para conseguir recuperar o anterior. O golpista inclusive dá "dicas" de como conseguir o dinheiro para o investimento, como pedir emprestado para a família e os amigos, sempre passando a confiança de que é um retorno garantido, de uma empresa idônea, podendo até enviar prints de outros "clientes" como prova social”, explica a CEO da Silverguard, Márcia Netto.

Ela explica que a modalidade é uma variação do chamado "golpe do falso investimento", terceira tática mais comum em fraudes envolvendo o sistema de pagamento instantâneo, e que atinge principalmente jovens das classes D e E.

“Eles usam uma narrativa envolvente, de tarefas e missões, e sofisticada, já que muitas vezes o golpista se comunica com a vítima por mais de um canal, além de remunerar a pessoa com baixos valores iniciais”, esclarece Márcia.

Caiu no golpe? Saiba o que fazer

O primeiro passo é entrar em contato com a instituição financeira de onde o Pix saiu imediatamente depois de descobrir o golpe e pedir o bloqueio do dinheiro na conta de destino. O Mecanismo Especial de Devolução (MED) possibilita que a entidade financeira de origem da transação solicite a imediata suspensão do montante na conta de recebimento, se houver suspeita de atividade fraudulenta. É fundamental relatar que o ocorrido foi um golpe, pois o MED não abrange situações em que Pix é enviado erroneamente para indivíduos ou empresas. A denúncia pode ser feita tanto pelo aplicativo ou site do banco quanto pelo telefone. Não esqueça de guardar a data, o horário e o número do protocolo.

Depois é essencial documentar o golpe. Capture uma imagem da tela (print screen) exibindo as conversas do dispositivo (celular ou computador). Importante: evite bloquear ou denunciar o contato do golpista imediatamente pelo WhatsApp, pois isso poderá ocultar a conversa e impedir que você faça a captura de tela.

Descreva, em um relato cronológico e com o máximo de informações que puder, a sequência dos eventos que levaram ao golpe. É natural que, ao longo do tempo, os detalhes e a ordem dos acontecimentos possam ser esquecidos.

Também é importante registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil. Na maioria dos estados é possível fazer um boletim de ocorrência on-line para o Golpe do Pix. Inclua no registro toda a documentação do passo anterior, bem como o protocolo do MED.

Se o banco demorar a realizar o MED, é possível, junto ao boletim de ocorrência, reportar simultaneamente o golpe à instituição de destino, solicitando o bloqueio imediato da conta que recebeu o Pix. Se essa for uma instituição na qual você não tem conta, basta contatar a Ouvidoria deste banco.

Preencha o formulário do próprio WhatsApp, explicando o que aconteceu e denunciando o número de telefone do golpista. Depois de preencher, acesse a conversa com o número desconhecido, clique no número de telefone e, em seguida, selecione ”Denunciar contato” > ”Denunciar e bloquear”. Após essas etapas, você não receberá mais chamadas nem mensagens do número bloqueado, e os indivíduos associados a esse número não conseguirão visualizar detalhes de seu perfil, como informações de “visto por último” e “online”, atualizações de status e sua foto de perfil.

Conheça os golpes mais frequentes envolvendo o Pix

  • Golpe do falso parente, caracterizado pelo golpista se passando por um familiar ou amigo, pedindo dinheiro ou solicitando o pagamento de uma conta;
  • Golpe do produto ou da loja falsa, caracterizado pela compra de produto e/ou serviço em uma loja falsa. A compra nunca é entregue;
  • Golpe da falsa central/gerente do banco, caracterizado pelo golpista se passando por um profissional de uma central de atendimento/gerente do banco pedindo para reverter um falso Pix;
  • Golpe da rede social hackeada, caracterizado pela compra de produto de um conhecido que teve sua rede social hackeada/clonada;
  • Golpe do falso investimento, caracterizado por uma oportunidade falsa de multiplicar/investir dinheiro.

Fonte: Portal Contábeis - Com informações adaptadas Extra

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