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Restituição do Imposto de Renda: economista dá dicas do que fazer com o dinheiro

Mai 23, 2022 | Comentários

Receita começa a pagar os lotes de restituição no próximo dia 31 e economista orienta como os brasileiros podem gastar o dinheiro de maneira inteligente.

No próximo dia 31, a Receita Federal começa a pagar a restituição do Imposto de Renda 2022, ano-calendário 2021, que é uma devolução de valores pagos a mais em tributos pelos contribuintes.

O pagamento será feito em cinco lotes e seguirá o seguinte calendário neste ano:

1º lote, dia 31 de maio;

2º lote, dia 30 de junho;

3º lote, dia 29 de julho;

4º lote, dia 31 de agosto;

5º lote, dia 30 de setembro.

O valor da restituição depende não só do total de rendimentos e da faixa de renda de cada contribuinte, como também da quantidade de fontes pagadoras, número de dependentes e total de despesas passíveis de dedução.

Com esse dinheiro “extra” voltando para o contribuinte, muitos ficam em dúvida sobre qual a melhor forma de gastar esses valores: com pagamento de dívidas, investimentos, reserva de emergência, apostando em qualificação ou com uma viagem?

Para ajudar a entender em qual cenário cada brasileiro se enquadra e, diante disso, como pode gastar esse dinheiro da restituição do IR, o Portal Contábeis conversou com o economista e professor de Direito, Alessandro Azzoni. 

Confira abaixo as dicas do especialista!

Qual a melhor forma de gastar o dinheiro da restituição do Imposto de Renda?

Pagar dívidas

A primeira opção para empregar o dinheiro recebido na restituição do Imposto de Renda 2022, é sempre tentar quitar suas dívidas. É importante lembrar que quase 100% da população encontra-se endividada.

Esse dinheiro deve ser utilizado para tentar negociar principalmente dívidas de cartão de crédito, porque os juros são um dos mais altos, chegando a 12% ao mês. Procurar mutirão de renegociação de créditos é uma boa opção para acionar a operadora do cartão e tentar honrar esse pagamento da melhor forma, com desconto e abatimento do valor principal.

Quitando os débitos, é possível você se equilibrar financeiramente novamente, mas é preciso lembrar que o planejamento financeiro se faz necessário, porque se há dívidas de cartão de crédito, provavelmente o seu salário ou sua renda não está sendo condizente com as suas despesas e você está usando seu cartão de crédito como uma extensão.

Investimentos

Para quem não tiver dívidas para quitar, a segunda melhor opção é aproveitar os investimentos de renda fixa, ou seja, aplicar em fundos que garantem a integralidade de 100% na Selic, ou nos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs).

Existem instituições bancárias que estão oferecendo 150%, 200% na Selic, então vale a pena você procurar essas opções, porque ela é uma aplicação de renda fixa, não tem risco de mercado e o juros é bem alto, é hora de aproveitar esse momento para conseguir uma um dinheiro extra.

Mas é importante lembrar que essas aplicações geralmente tem um prazo maior, então são 30, 60, 90 dias ou até aplicações mais longas. Quanto mais longa, maiores os juros, por isso, é preciso ver a sua disponibilidade, se vai precisar de recursos logo e como está seu fluxo financeiro.

É sempre bom fazer um planejamento financeiro pessoal, colocar tudo no papel, ter uma ideia no seu orçamento e, com isso, planejar a sua aplicação de 30, 60, 90, 120, 180 dias ou até um ano de aplicação. 

Reserva de emergência

A reserva de emergência é muito importante para quem ainda não tem. O dinheiro da restituição pode ser um pontapé inicial para ela.

Essa reserva serve justamente nos momentos em que você perde sua renda fixa e mensal. Ela deve ser equivalente a 12 meses da sua despesa fixa. Para isso, é preciso ter um planejamento financeiro, colocar no papel os gastos como aluguel, condomínio, convênio médico, luz, água, etc.. Uma planilha pode auxiliar muito bem nessa tarefa.

Essa reserva emergencial deve ser usada quando há perda de renda, justamente para que você possa sobreviver nesse período com dignidade e para que possa honrar seus compromissos de contas fixas, ou, lógico, quando você tiver uma despesa que você não está esperando, como um caso médico, um carro quebrado e situações semelhantes.

É indicado, também, ter um  seguro para casa e carro, assim você não precisará mexer nessa reserva de emergência e poderá deixá-la apenas para um caso mais grave, como a perda de um emprego, por exemplo.

Viagens, presentes e gastos supérfluos

Gastar o dinheiro da restituição do Imposto de Renda 2022 com algo supérfluo, só é recomendado se você já tem o seu orçamento equilibrado, não tem dívidas, já tem uma poupança ou dinheiro aplicado, como investimento em renda fixa, ou seja, já tem uma sobra de orçamento guardada.

O cenário ideal é que você consiga sobreviver com seu salário e que sobre, pelo menos, de 20% a 30% todo mês para aplicar. Assim, o uso do dinheiro extra que está chegando com a restituição pode ser para eu comprar um presente, trocar no celular, uma roupa ou fazer uma viagem.

Do contrário, é importante que faça uma reserva, guarde esse dinheiro, porque nós estamos em um processo inflacionário e devemos nos manter em virtude da guerra da Ucrânia, o que faz que o nosso dinheiro perca ainda mais o poder de compra.

IPVA 2023

O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) , é um dos pesadelos financeiros de vários brasileiros no início de todo ano. Ainda é cedo para pensar no imposto de 2023, mas se você tem um ótimo planejamento financeiro e sabe que a sua renda realmente está muito apertada, vale a pena, sim, você fazer essa reserva prudencial para despesas que sabe que terá no futuro.

Outra opção, é pegar esse recurso da restituição do Imposto de Renda 2022 e fazer um investimento em renda fixa, com uma taxa bem mais alta, aproveitando essas vantagens que o mercado está tirando de instituições financeiras que estão oferecendo aplicações com taxa Selic de até 200% a longo prazo. 

Assim, quando chegar no vencimento do IPVA 2023, você vai ter um dinheiro aplicado com recurso remunerado e estar mais tranquilo para essas despesas de começo de ano.

Fonte: Portal Contábeis 

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